Greve

Greve dos caminhoneiros tem baixa adesão

Na Zona Sul categoria se mobilizou em frente ao Distrito Industrial, em Rio Grande

Divulgação -

A semana iniciou com mobilização dos caminhoneiros em todo o país. Na Zona Sul, a adesão foi baixa e o ato se limitou ao Distrito Industrial, na cidade de Rio Grande, reunindo profissionais de cidades da região. Prevista para começar nesta segunda-feira, a paralisação não provocou bloqueios de rodovias federais devido a decisões judiciais que inibiram o fechamento de estradas. As multas no Estado podem chegar a R$ 100 mil no caso de descumprimento.

Neste primeiro dia de protesto, a categoria se concentrou na entrada da Via 1, no Distrito Industrial, onde estão localizados os terminais e containers. Conforme explica o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Rio Grande (Sindicam), Dieck Sena, o protesto tomou o dia de forma pacífica e contou com a presença de trabalhadores de diversas cidades da região, como Pelotas, Canguçu, Rio Grande e São Lourenço do Sul. "Estamos conversando e abordando outros profissionais da categoria, pedindo para que eles venham aderir à paralisação", comenta.

Dentre as principais reivindicações do setor está a constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete. Sena afirma que está em contato com diversas transportadoras que prestam serviços dentro do município e, com intermédio do Sindicam, uma decisão deverá ser tomada nos próximos dias. Com o resultado será possível a finalização da greve, pelo menos na Noiva do Mar. "Estamos tentando entrar em tratativas de recomposição de valores do frete, que hoje vem sendo defasada devido às altas do combustível. Espero que até os próximos dias, quem sabe na quarta-feira, já possamos chegar a um número e ter uma tabela referencial acordada entre as transportadoras e os caminhoneiros para podermos voltar a trabalhar", finaliza. O presidente garante que até ser atendida pelo menos esta demanda, o grupo ficará mobilizado, ainda sem um cronograma para o feriado.

Através de nota, a Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam) declarou seguir "a mesma posição da maioria dos sindicatos filiados". "A entidade não recomenda a participação neste movimento por ter da categoria o não reconhecimento da pauta nem das lideranças que conduzem", diz o documento. Os atos nacionais têm como principais lideranças a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Ocorrência

Embora classificado como um ato pacífico, no início da manhã de ontem um caminhão foi apedrejado na BR-392, sentido Rio Grande-Pelotas, próximo à Vila da Quinta. Duas pedras atingiram o para-brisa e pararam dentro da cabine do automóvel. Ninguém se feriu. Conforme informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram realizadas buscas no local e no perímetro da rodovia, mas possíveis indivíduos envolvidos não foram identificados. O serviço de inteligência também operou no trecho para tal trabalho. Diferentemente das diversas imagens que circulam nas redes sociais, a PRF afirma que apenas um caso foi registrado. Conforme a polícia, até o fechamento desta edição, nenhuma rodovia estava interrompida no Rio Grande do Sul.

Liminar impede bloqueio

Visando inibir os pontos de concentração dos caminhoneiros, ainda no sábado o governo federal recorreu à Justiça para impedir parcialmente que os bloqueios se espalhassem pelas estradas. Nos estados ao Sul, a liminar é válida para Santa Catarina, parte no Paraná e para estradas federais do Rio Grande do Sul que interligam à refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas. As 29 liminares, obtidas pela Advocacia Geral da União (AGU), também esvaziaram o movimento em outros 20 estados e valem para rodovias, portos e refinarias.

No Rio Grande do Sul, o juiz federal Ricardo Humberto Silva Borne determinou a "imediata desocupação das rodovias federais ou outros bens da União". A multa estabelecida pelo magistrado é de R$ 10 mil por pessoa que participe da manifestação e de R$ 100 mil para entidades, caso ocorra fechamento das vias.

Líder da greve dos caminhoneiros em 2008, Wallace Landim, o Chorão, presidente da Abrava, afirmou através das redes sociais que a categoria procura derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) as liminares conquistadas pelo governo para que possa realizar o bloqueio das estradas.

Panorama nacional

Em todo país, foram registrados apenas quatro pontos de concentração, estes dispersados ainda pela manhã, segundo o Ministério da Infraestrutura. Dentre eles, a BR-116, no Rio de Janeiro, às margens da BR-153, em Goiás, na BR-116, no Ceará, e na BR-101, também no estado carioca. Houve tentativas de bloqueio em São Paulo e no Espírito Santo, mas não se concretizaram.

Através das redes sociais o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) disponibilizou gravações com relatos de tensão entre grevistas e policiais no Porto de Santos, em São Paulo e também na cidade de Itapeva, em Minas Gerais.

O que querem os caminhoneiros

Desde a declaração do estado de greve, há cerca de duas semanas, a categoria enviou um documento ao governo federal com 14 reivindicações. Dentre elas: pedido de redução no preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, o Preço de Paridade de Importação (PPI), a constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete, o retorno da Aposentadoria Especial com 25 anos de contribuição ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), a inclusão do desconto do INSS pago pelos caminhoneiros na Lei do Documento de Transporte Eletrônico, a aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas, o aperfeiçoamento na proposta do voto em trânsito no Senado e a criação de pontos de parada e descanso.

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